Libra esterlina sobe, Turquia corta juros e (muito) mais
Libra
Nesse dia 16, o Banco da Inglaterra (o banco central mais antigo do mundo, tendo nascido em 1694) surpreendeu o mercado, subindo a taxa de juros em 0,15 ponto percentual, de 0,10 para 0,25 % anuais, assim se aproximando da meta estipulada pelo Federal Reserve System. Com a decisão, a libra esterlina ganhou força, tendo sido negociada por US$ 1,33 a libra hoje. O comitê pretende continuar com a trajetória moderadamente contracionista para se chegar à meta de inflação de 2 % anuais. O índice de preços britânico chegou a 5,1 % em novembro desse ano, maior valor em 10 anos.

Turcos sofrem novo corte de juros
O Banco Central da República da Turquia decidiu em cortar os juros em mais 100 pontos base, ou seja, de 15 para 14 % anuais, tendo sido o único banco central do mundo a estar adotando uma política monetária mais frouxa, o que refletiu na sua taxa de câmbio, com o dólar sendo negociado em mais de 15 liras turcas por dólar americano nos últimos dias. Com a decisão, fica ainda mais evidente a interferência exercida pelo presidente Recep Tayyip Erdoğan. A meta oficial de inflação é de 5 % ao ano, todavia o índice oficial de preços marcou 21,31 % em novembro.
No país de Odin…
O Norges Bank, banco central norueguês, subiu os juros na ordem de 25 pontos base, para 0,5 % ao ano, em conformidade ao esperado pelo mercado. O banco central sinalizou mais três aumentos de juros até o fim de 2022, dependendo das repercussões do impacto da variante Omicron sobre as infecções no país.
A economia norueguesa se vê em forte recuperação, com tendência de baixa na taxa de desemprego (4,2 % no terceiro trimestre de 2021), que hoje está entre as menores na Europa e no mundo desenvolvido. O índice de preços no país ficou em 5,1 % para novembro.

Suíça
Na reunião de hoje, o Banco Nacional Suíço (o banco central do país) manteve os juros em – 0,75 %, conforme as expectativas. O banco pretende manter a política monetária pombalista, em meio ao objetivo de dar suporte à economia e à estabilidade de preços, além de intervir no mercado de câmbio para dar moderação ao valor do franco suíço. Apesar da força histórica, o franco suíço sofreu nesse ano ante dólar americano, acumulando uma desvalorização de – 3,73 % ao longo de 2021.
O índice de preços suíço chegou a 1,5 % anuais para novembro, maior valor em 13 anos.

Indonésia mantém os juros
No mesmo dia, o banco central indonésio decidiu por manter a taxa de juros de 3,5 %, a qual está no país emergente desde fevereiro de 2021, com o objetivo de ajudar a atividade econômica, além de manter estabilidade na taxa de câmbio (já que a rúpia indonésia abandonou o regime flutuante há alguns anos) e nos preços. A inflação de preços no país marcou em 1,75 %, abaixo da meta estipulada pelo próprio banco central, que vai de 2 a 4 % anuais. É um caso incomum de país que, mesmo após 2021, viu o seu índice de preços se manter relativamente estável.


Acima do esperado
Quem também elevou os seus juros foi o Banxico (banco central do México), o qual elevou acima do esperado pelos agentes do mercado, de 5 para 5,5 % ao ano. O comitê continuará monitorando os índices de preços nas próximas reuniões, para se chegar ao centro da meta do país, que é de 3 % ao ano (inflação de preços).

Conforme mostrado em notícia publicada no Econotime dias atrás, o índice de preços mexicano está em alta histórica de 20 anos, com 7,37 % para novembro, no acumulado dos últimos doze meses.
Que Amun-Ra não deixe a inflação subir
O banco central egípcio decidiu permanecer com a taxa de 8,25 % nos juros. Em nota à imprensa, foi assim decidido como a taxa adequada para se manter a atual meta de inflação de preços (centro da meta de 7 %, com 2 pontos percentuais de margem tolerância para mais ou para menos), assim como estabilidade de preços e plena atividade econômica.

Como fator contribuinte para o índice de preços, está a taxa de câmbio da libra egípcia, que também usa o dólar americano como âncora. O país chegou a adotar um regime flutuante, mas foi abandonado posteriormente.

Também, em meio ao “novo normal” de juros reais negativos, o banco central vê isso como prejudicial para combater a inflação de preços.
O índice de preços egípcio sofreu uma leve desaceleração para novembro, chegando ao nível de 5,6 % para o mês, no acumulado dos últimos doze meses. Com isso, os egípcios estão com inflação menor do que países tais como: Chile (6,7 %), Estados Unidos (6,8 %), México (7,37 %) e Paraguai (7,4 %).
Informações de Trading Economics e Central Bank News.