Dublê de juros: COPOM e FOMC
Nessa quarta-feira, 15 de junho, os bancos centrais das duas das maiores economias mundiais tomaram decisões sobre a taxa de juros: o Banco Central do Brasil e o Federal Reserve System.
Na 247ª reunião do Comitê de Política Monetária, decidiu-se, por unanimidade, em elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual (ou 50 pontos base), levando os juros de 12,75 a 13,25 %.
Tais valores são os mesmos em abril de 2015, durante o longo ciclo de contração monetária no fim do governo Dilma.

O Comitê, em nota à imprensa, afirmou que o desempenho econômico da economia brasileira foi acima do esperado, assim como a trajetória de inflação.
Tal decisão foi feita de maneira unânime, com a equipe do banco central antevendo, para a próxima reunião, um ajuste de 0,5 ou 0,25 ponto percentual (o que ocorrerá no dia 3 de agosto, uma quarta-feira).
Estados Unidos
Horas antes do COPOM, o Federal Open Market Committee elevou os juros em 0,75 ponto percentual (ou 75 pontos base), acima do esperado por parte do mercado, embora alguns especuladores já estivessem precificando tal postura mais contracionista. Dos membros do comitê, apenas um divergiu, que votou por um aumento em menor intensidade, de 0,5 ponto percentual.
Assim, os juros passam a ser de 1,5 – 1,75 % anuais, nos maiores valores desde janeiro de 2020.

Desde fevereiro de 2021, deve-se notar um processo de desaceleração na taxa de expansão monetária para os Estados Unidos, conforme mostra o gráfico.

Para o mês de abril, houve uma queda na taxa de expansão monetária: houve uma variação de 8,04 % em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Em algum momento, o índice de preços americano começará a ceder, conforme previsto por Shostak (2022) em seu artigo desse mês de janeiro.
Devido a greve dos servidores do Banco Central do Brasil, não foi possível conseguirmos dados atualizados sobre a taxa de variação do agregado monetário M1.
Informações de Trading Economics, Banco Central do Brasil e Federal Reserve.